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domingo, 3 de junho de 2012

O Romantismo Social de Castro Alves em `` O Navio Negreiro´´




O Navio Negreiro

Castro Alves

Era um sonho dantesco... o tombadilho
Que das luzernas avermelha o brilho.
Em sangue a se banhar.
Tinir de ferros... estalar de açoite...
Legiões de homens negros como a noite,
Horrendos a dançar... 

Negras mulheres, suspendendo às tetas
Magras crianças, cujas bocas pretas
Rega o sangue das mães:
Outras moças, mas nuas e espantadas,
No turbilhão de espectros arrastadas,
Em ânsia e mágoa vãs! 

E ri-se a orquestra irônica, estridente...
E da ronda fantástica a serpente
Faz doudas espirais ...
Se o velho arqueja, se no chão resvala,
Ouvem-se gritos... o chicote estala.
E voam mais e mais... 

Presa nos elos de uma só cadeia,
A multidão faminta cambaleia,
E chora e dança ali!
Um de raiva delira, outro enlouquece,
Outro, que martírios embrutece,
Cantando, geme e ri! 

No entanto o capitão manda a manobra,
E após fitando o céu que se desdobra,
Tão puro sobre o mar,
Diz do fumo entre os densos nevoeiros:
"Vibrai rijo o chicote, marinheiros!
Fazei-os mais dançar!..." 

E ri-se a orquestra irônica, estridente. . . 

E da ronda fantástica a serpente 

          Faz doudas espirais... 

Qual um sonho dantesco as sombras voam!... 

Gritos, ais, maldições, preces ressoam! 

          E ri-se Satanás!...  

 

Um tema bem interessante a ser passado para os alunos é a terceira fase do Romantismo brasileiro, que tem como destaque o poema ``Navio Negreiro`` de Castro Alves. Esse poema demonstra as condições que os africanos eram transportados para o Brasil, para serem mercadorias do tráfico negreiro. A terceira fase, fortemente influenciada pelas obras de Lamartine  e Victor Hugo, não se voltava para uma linguagem mais egocêntrica e o mundo interior, tematizada na segunda fase mas era voltada para a realidade que rodeava o narrador. Tanto é isso que  a sua temática é buscar as origens do desajuste do homem em seu meio e nas lutas entre os fracos e fortes, a mulher e o amor tem olhares carnais, tendo uma visão mais concreta de tudo. O poema falado, com o tom de voz mais grave e a declamação de um discurso dramático, dá a ideia de como os alunos podem imaginar não só a viagem dos africanos, também podem  imaginar as condições que a escravidão no Brasil trazia-os.

´´ O poeta derramando sempre uma lágrima sobre as dores do mundo``

Manuel Bandeira falando sobre Castro Alves.



Beatriz Kurashima

 


quarta-feira, 30 de maio de 2012

Plano de Aula

Descobrindo que a literatura romântica está mais próxima do que o aluno imagina!

Objetivos:

  • Estudar as características básicas do Romantismo.
  • Ensinar o uso das redes sociais para o aprendizado
  • Aguçar o interesse dos alunos pela Literatura em geral.
Material:
  • Computadores com acesso a internet
  • Retroprojetor
  • Radio
  • Filme "O Corvo"
  • Faixa de Musica "Alone" da banda Arcturus.
Abordagem:

O educador deve separar suas aulas da seguinte forma:
  • 1ª Aula: Deverá expor e explicar as características da Literatura Romântica de Edgar Allan Poe com slides para maior aproveitamento da aula.
  • 2ª Aula: O Educador deve passar o filme "O Corvo"
  • 3ª Aula: O Educador deve passar a musica "Alone" e fazer uma "leitura" da musica e do filme de acordo com as características expostas na primeira aula, afim de fazer com que os alunos linkem o conteúdo exposto e o material apresentado.
  • 4ª Aula: Na sala de informatica o Educador mostrará como usar as redes sociais como You Tube ou grupos no facebook para o estudo da literatura de Edgar Alan Poe e do Romantismo.
  • 5ª Aula: Os alunos deverão trazer um pequeno projeto que contenha um conteúdo de uma rede social referente aos conteúdos trabalhados em sala de aula.
Alexandre, Caroline, Ruth, Vilson e Beatriz.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Filmes e Literatura

Literatura Romântica e Filmes são irmãos de longa data!

Segue agora alguns títulos que podem auxiliar e muito no processo de ensino em sala de aula!



A dam
a das camélias – 1936 - Alexandre Dumas
Gênero: drama - Duração: 109 minutos Elenco: Greta Garbo, Robert Taylor Sinopse: Contra todas as convenções, o jovem e rico Armand Duval se apaixona pela cortesã Marguerite Gautier. Mas a sombra de uma doença impede que os dois vivam plenamente seu amor. Adaptação do romance de Alexandre Dumas.




A Moreninha – 1965 - Joaquim M. de Macedo
Baseado no romance de Joaquim Manuel de Macedo.
Gênero: drama - Ano: 1970 - Duração: 70 minutos Elenco: Sonia Braga, David Cardoso, Carlos Alberto Ricceli. Toda a história se passa na paradisíaca Ilha de Paquetá centrada em Carolina (Sonia Braga) e Augusto (David Cardoso). Amigos da família reúnem-se para um sarau na casa de Carolina. Lá, ele vai reencontrar aquele amor dos tempos de criança, com quem trocou juras de amor e um camafeu, peça fundamental para que eles se reconheça.



As pupilas do senhor reitor – 1935 - Julio Diniz
Baseado em romance de Julio Diniz. - Gênero: drama Ano: 1935 - Duração: 100 minutos 
Elenco: Joaquim Almada (Reitor), Maria Matos (Senhora Joana), António Silva (João da Esquina), Leonor d’Eça (Margarida). Procurando destacar o tom romântico, o ruralismo das situações e ambientes pitorescos, faz-se reviver o espírito e personagens de 1863: os amores característicos de Margarida e Clara, a distinta moral de Pedro e Daniel, a bonomia de João Semana, enfim os dissídios, sensatez, ternura, rituais e envolvimento paisagístico do Minho.



Becomig Jane (Amor e Inocência) - 2007 - Jane Austen
Cinebiografia da escritora Jane Austen e seu romance com o jovem advogado irlandês Tom Lefroy, antes da fama. Seu relacionamento com ele a inspira na criação de personagens para seu mais famoso romance, Orgulho e Preconceito.

Castro Alves, Retrato falado do poeta – 1989 - Castro Alves
Gênero: drama - Ano: 1999 - Duração: 75 minutos 
Elenco: Bruno Garcia, Dira Paes - Castro Alves, Retrato Falado do Poeta é uma ficção de 70 minutos com situações de documentário, protagonizada por Bruno Garcia. O filme recupera a atuação do escritor nas lutas pela proclamação da república e a abolição da escravatura, além de mostrar seu lado apaixonado e até mulherengo. O personagem-título viaja pelo Brasil com suas poesias e seus ideais, passando pela Bahia, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo. Nessa viagem, o espectador também embarca.



Dom Quixote - 1996 - Miguel de Cervantes
Aclamado pelos críticos como um dos maiores cineastas de todos os tempos, Orson Welles era obcecado pelo romance Don Quixote, de Miguel de Cervantes, mas nunca conseguiu terminar o seu filme. Após mais de dez anos de conturbadas filmagens, seu projeto permaneceu inacabado. Aqui os personagens de Don Quixote e Sancho viajam pela Espanha de 1960, revelando as pessoas e seus costumes, destacando a clausura e corridas de touros que tanto apaixonava Orson Welles, sem deixar de lado tradição populares como festas de mouros e cristãos, ou procissões religiosas. A excepcional interpretação de Reiguera e Tamiroff, assim como a aparição do próprio Orson Welles em algumas cenas, tornam este filme imprescindível.



Fausto – 1926 – Goethe
Baseado na famosa peça de Goethe, temos Fausto, um velho alquimista que vê sua cidade ser assolada pela peste negra. Vendo tanta morte, começa a pensar sobre sua própria finitude. Ele então evoca Mefistofeles, e lhe pede sua juventude de volta e eterna. O demônio a garante, em troca da alma de Fausto. Tudo parecia perfeito, até este se apaixonar por uma jovem italiana. Marco absoluto no cinema alemão, é o último filme de Murnau no país.




Histórias extraordinárias de Edgar Alan Poe – 1969 - Edgar Alan Poe 
Romance policial
Três histórias, baseadas nos contos de terror de Edgar Allan Poe: "Metzengerstein" (Roger Vadim) é sobre uma mulher de família nobre que se apaixona pelo primo, mas não consegue tê-lo; "William Wilson" (Louis Malle) é sobre um homem que, durante toda vida, foi atormentado pelo seu duplo; "Toby Dammit" (Federico Fellini) é sobre um ator inglês que está constantemente atormentado pelos fãs, repórteres e pelo demônio.



Inocência – 1983 - Visconde de Taunay
Baseado em romance de Visconde de Taunay.
Gênero: drama
Ano: 1983
Duração: 115 minutos 
Elenco: Edson Celulari, Fernanda Torres, Sebastião Vasconcelos.
Em fins do século XIX, no Brasil colonizado e rural, explode de forma velada, porém trágica, uma grande história de amor.


Iracema, a construção da heroína indígena - 2006 - Iracema, José de Alencar
O livro "Iracema" tem sido trabalhado pelos críticos e difundido pelas escolas como um esforço feito por José de Alencar de fazer uma mitologia brasileira e de compor uma literatura nacional. Por outro lado, tem habitado o imaginário popular como um livro de fundo erótico que narra o romance entre uma índia e um conquistador português. E a personagem que dá o nome ao livro é vista como exemplo de dedicação, resignação e obediência; a tão conhecida "virgem dos lábios de mel". O professor Paulo Franchetti, da Unicamp, mostra que a estrutura do livro é mais complexa do que é, e continua sendo, difundida.




Iracema – 1976 - José de Alencar
Gênero: drama 
Ano: 1976
Duração: 106 minutos 
Elenco: Helena Ramos, Tony Correia.
O amor de um branco, Martim Soares Moreno, pela índia Iracema, a virgem dos lábios de mel e de cabelos tão escuros como a asa da graúna. A relação do casal serviria de alegoria para a formação da nação brasileira. A índia Iracema representaria a natureza virgem e a inocência enquanto o colonizador Martim (referência explicita ao deus grego da guerra, Marte) representa a cultura (européia). Da junção dos dois surgirá a nação brasileira representada alegoricamente, então, pelo filho do casal, Moacir ("filho do sofrimento").




Lucíola, o anjo pecador – 1975 - José de Alencar
Baseado na obra de José de Alencar. - Gênero: drama Ano: 1975 - Duração: 100 minutos - Elenco: Rossana Ghessa, Carlo Mossy, Helena Ramos, Sérgio Hingst .Logo após ter chegado ao RJ, procedente de Olinda, Paulo fora convidadopor um amigo, o sr. Sá, a acompanhá-lo à Festa da Glória, quando lhe atraíra a atenção uma jovem e bela mulher. Lúcia era, assim, uma mundana de rara beleza e suave aspecto, que faziam parecer uma jovem inocente. Pelo menos,essa foi a impressão de Paulo e que o levou a apaixonar-se, mesmo depois de saber quem era ela e ciente do interesse dela por ricos senhores da região.




O conde de Monte Cristo – 2002 - Alexandre Dumas
A impressionante adaptação do clássico romance de Alexandre Dumas sobre a história de Edmond Dantes. Falsamente acusado, ele é sentenciado a passar o resto da vida preso em um castelo numa ilha isolada. Lá ele conhece um preso que todos crêem ser loco. E ele conta a Edmond sobre um fantástico tesouro escondido em uma pequena ilha. Após muitos anos preso, o velho companheiro morre e Edmond escapa disfarçado no corpo do amigo morto. Livre, Edmond segue suas instruções para achar o tesouro, usar a riqueza para se vingar do homem que destruiu sua vida e reencontrar sua amada.



O Guarani – 1996 - José de Alencar
Baseado na obra de José de Alencar.
Gênero: drama 
Ano: 1996
Duração: 91 minutos 
Elenco: Márcio Garcia, Tatiana Issa, Herson Capri, Glória Pires. 
Adapatação do romance de José de Alencar que conta a história de amor entre o índio Peri e Ceci, filha do colonizador português Don Antônio de Mariz. Grande fiasco na cinematografia nacional e que desencadeou uma grande polêmica com a diretora Bengell, quando tiveram início investigações quanto às prestações de contas da produção.



O morro dos ventos uivantes – 2005
Baseado no romance de Emile Bronte.
Gênero: drama 
Ano: 1992
Duração: 102 minutos 
Elenco: Juliette Binoche, Ralph Fiennes 
No final do século XVIII, em uma área rural da Inglaterra, surge com o tempo uma violenta paixão entre Catherine Earnshaw (Juliette Binoche) e o cigano Heathcliff (Ralph Fiennes), seu irmão adotivo. Criados juntos, eles são separados pela morte do pai de Catherine e a crueldade de como Hindley Earnshaw (Jeremy Northam), seu irmão, trata Heathcliff. Quando Heathcliff fica sabendo que ela vai casar com Edgar Linton (Simon Sheperd), um homem rico e gentil, Heathcliff foge para fazer fortuna, ignorando o fato de que Catherine o ama, e não o futuro marido. Dois anos depois, Heathchliff retorna para vingar-se de Hindley e Edgar e do abandono que Catherine lhe infligiu.



O seminarista – 1976 – Bernardo Guimarães
Gênero: drama 
Ano: 1976
Duração: 73 minutos 
Elenco: Eduardo Machado, Louise Cardoso, Raul Cortez.
O Seminarista, considerado a obra principal de Bernardo Guimarães, é um típico Romance de tese. Através da história de um amor contrariado entre Margarida e Eugênio o autor discute o equívoco do Celibato clerical e o autoritarismo familiar que não permite ao jovem escolher seu próprio caminho na vida.



Oliver Twist – 1948/2005 - Charles Dickens
Um garoto órfão que se envolve com uma gangue de batedores de carteira em Londres do século 19. Abandonado quando era muito criança, Oliver Twist (Barney Clark) é forçado a viver em um reformatório comandado pelo terrível sr. Bumble, que engana os garotos para roubar a mísera comida deles. Deseperado e determinado, Oliver resolver fugir e enfrentar as ruas de Londres. Sem dinheiro e sozinho, ele é atraído para o mundo do crime pelo sinistro Fagin (o ganhador do Oscar® de melhor ator por Gandhi, 1982, sir Ben Kinglsey) - o manda-chuva de uma gangue de batedores de carteiras mirins. O resgate de Oliver pelo gentil sr. Bown low é apenas o começo de uma série de aventuras que o levam a uma promessa de uma vida melhor.





Orgulho e preconceito – 2005 - Jane Austen
As cinco irmãs Bennet - incluindo Elizabeth (Keira Knightley), de fortes convicções, e a jovem Lydia (Jena Malone) - foram criadas pela mãe (Brenda Blethyn) tendo somente um propósito na vida: casar-se com um bom marido. Quando um rico solteiro compra uma mansão na vizinhança, as irmãs Bennet entram em polvorosa. Quando Elizabeth conhece o belo, porém esnobe, sr. Darcy (Matthew Macfadyen), começa uma engraçada batalha entre os dois.



Os miseráveis – 1998 - Vitor Hugo
Gênero: drama 
Ano: 1998
Duração: 131 minutos 
Elenco: Liam Neeson, Geoffrey Rush 
Após ser condenado à prisão após ter roubado um pão, um homem escapa e passa a ser perseguido por um ambicioso policial que fará de tudo para prendê-lo novamente.



Razão e sensibilidade – 1995 - Jane Austen
Gênero: drama 
Ano: 1995
Duração: 135 minutos 
Elenco: James Fleet, Tom Wilkinson, Kate Winslet.
Em virtude da morte do marido, uma viúva e as três filhas passam a enfrentar dificuldades financeiras, pois praticamente toda a herança foi para um filho do primeiro casamento, que ignora a promessa feita no leito de morte de seu pai que ampararia as meias-irmãs. Neste contexto, enquanto uma irmã é prática (Emma Thompson), usando a razão como principal forma de conduzir as situações, a outra (Kate Winslet) se mostra emotiva, sem se reprimir nunca com uma sensibilidade à flor da pele.



Robinson Crusoé – 2003 - Daniel Defoe 
Essa é uma adaptação do clássico de Robinson Crusoé, um marinheiro britânico, único sobrevivente de um naufrágio, que é levado pelas águas até uma remota ilha deserta. Enfrentando os desafios da natureza e vivendo em extrema solidão, Crusoé se vê forçado a lutar contra as armadilhas da própria mente a fim de manter-se longe da loucura. Mas a grande ironia dhega por meio de um nativo que crusoé salva de uma tribo de canibais, o qual o batiza de sexta-feira. A necessidade urgente de companhia fará Crusoé confrontar seus princípios racistas, nascendo daí um laço tão grande de amizade como ele nunca havia conhecido. E é essa amizade peculiar que lhe dará forças para sobreviver a todas as adversidades e encontrar seu caminho de volta à civilização.



Senhora – 1976 - José de Alencar
Gênero: drama 
Ano: 1976
Duração: 100 minutos 
Elenco: Elaine Cristina (Aurélia), Paulo Figueiredo (Fernando), Chico Martins (Lemos), Flávio Galvão (Eduardo), Etty Fraser (Firmina) 
Sinopse:Após perder pai, mãe, irmão, Aurélia herda inesperadamente a fortuna do avó paterno, que nunca a reconhecera como neta. Torna-se, então, a mulher mais rica e cobiçada da corte. Poderia escolher qualquer marido, mas prefere casar-se com Fernando, desejando vingar-se dele.


José Vilson

Romantismo do Sec. XXI

Navegando pela internet, encontrei uma matéria que me chamou muita atenção, é um projeto que ganhou o primeiro lugar no Premio Microsoft Educadores Inovadores, categoria: Inovação em Conteúdo.

Análise de poesias, poemas, rimas e textos de séculos passados definitivamente não são os temas preferidos dos jovens da geração internet, no entanto, são conteúdos obrigatórios trabalhados nas aulas de Literatura do Ensino Médio. Eles fazem parte do Romantismo, estilo literário considerado difícil para a maioria dos alunos, uma vez que precisam fazer análises de obras e autores.
Os alunos plantando as mudas de plantas na praça de São João Del Rei


O Romantismo nasceu na Europa no final do Século XVIII e se estendeu por boa parte do XIX e ficou conhecido como o "mal-do-século", pois era baseado no sentimentalismo, individualismo, subjetivismo e egocentrismo. No Brasil seus principais representantes foram Gonçalves Dias, Álvares de Azevedo, Castro Alves e José de Alencar.

Pensando na dificuldade dos estudantes e com o objetivo de tornar o aprendizado mais prazeroso e eficiente, a professora de Língua Portuguesa, Maria Rodarte Paiva desenvolveu o projeto "Romantismo do Século XXI", com os alunos do segundo ano do Ensino Médio, da Escola de Educação Básica e Profissional Dona Sinhá Neves (Fundação Bradesco), da cidade de São João del Rei, Minas Gerais.

O trabalho consiste em aproximar as características do movimento romântico à realidade dos jovens, criando um Romantismo do Século XXI, por meio de uma rede de conhecimento que envolveu literatura, leitura, voluntariado, protagonismo juvenil e principalmente, a tecnologia.


Como tudo aconteceu

Como forma de ajudar os alunos a desenvolver o gosto pela leitura, aperfeiçoar a gramática e ainda ensinar conteúdos obrigatórios do vestibular, a professora Maria Rodarte decidiu inovar, correr o risco e levar uma nova metodologia de aula para suas turmas. Com o auxílio das TICs (Tecnologias de Informação e Comunicação), ela, seus 124 alunos, a comunidade escolar e do entorno, fizeram uma verdadeira revolução na cidade mineira.

Assim como o Romantismo é dividido em três fases, o projeto também contou com diversas etapas, sendo que cada uma representou na prática um dos momentos literários.

Numa primeira ocasião, a professora aplicou um questionário com algumas perguntas sobre o Romantismo, para ver o que os alunos sabiam sobre o tema e para poder medir os resultados ao fim do projeto. Em seguida pediu para que eles realizassem pesquisas sobre o que foi o Romantismo, os principais autores e características. Após esse contato inicial, a educadora passou para a parte teórica, na qual, com a ajuda de apresentações em PowerPoint deu aulas sobre o movimento no Brasil e no mundo.

Depois de conhecerem as fases do Romantismo, os alunos puderam colocar em prática o que aprenderam. Mas a partir deste ponto, como forma de incentivar o protagonismo juvenil, a professora dividiu os estudantes em grupos e deixou que cada um escolhesse a forma como gostaria de representar a primeira fase do estilo literário, que corresponde ao amor à pátria e teve Gonçalves Dias como seu principal expoente.

Os alunos então saíram às ruas para conhecer a história da cidade e seus personagens. Desta incursão foram criados 25 DVDs com as mais diversificadas formas de abordagem do tema. Alguns grupos fizeram animações, outros escreveram e gravaram músicas, apresentaram documentários etc, todos com o mesmo objetivo, identificar as principais características da primeira fase do Romantismo, nos dias atuais, resgatando a história local e ajudando a disseminá-la.

Os 25 DVDs produzidos foram reunidos em dois e distribuídos em vários pontos da cidade, como comércios, rodoviária, consultórios médicos, academias, restaurantes, "assim enquanto aguardam para serem atendidas, as pessoas podem conhecer mais sobre a história do local e ter contato com leituras de diferentes culturas, inclusive internacionais", explica Maria Rodarte.

Já para representar a segunda fase do Romantismo, caracterizada pelo pessimismo de forma exacerbada, amores impossíveis, os estudantes criaram um blog no qual puderam apresentar suas versões para poesias da época, apresentando os principais problemas enfrentados pelos jovens de hoje. Pois se nos Séculos XVIII e XIX as grandes dores eram de cunho amoroso, relacionadas à morte, ao amor que nunca se concretiza, as da atualidade são as drogas, os problemas sociais. Além disso, o blog funcionou como ferramenta de intercâmbio entre pessoas de diversos lugares, que puderam enviar suas ideias e sugestões de poesias.

A terceira fase romântica, marcada por Castro Alves e sua luta social contra a escravidão, foi representada pela preocupação com os problemas ambientais e da cidade. Por isso, foram plantadas 5.500 mudas de plantas em duas praças e na principal avenida de São João del Rei. Além disso, foram instaladas 120 placas com dizeres poéticos como forma de incentivar e disseminar a leitura. As placas foram produzidas com materiais reciclados pelos próprios estudantes, como radiografias e papel, durante as aulas de Química e Educação Ambiental. Algumas das poesias apresentadas foram escolhidas com base no que foi publicado no blog do projeto.


Aprendizado garantido

O trabalho realizado pela união dos professores Maria Rodarte Paiva e Valdir Alves Junior (Educação Ambiental) mudou a forma como os alunos viam a Literatura, bem como aproximou a comunidade da história local.

Antes do projeto, a educadora percebeu que suas turmas não entendiam a importância de estudar Literatura, não gostavam de ler e tinham dificuldade com vocabulário e com a interpretação de poemas e poesias.

De acordo com ela, ao término das ações, o conteúdo sobre o Romantismo, suas três gerações e poetas, foi aprendido de forma abrangente. A habilidade para escrever foi bastante aprimorada, os textos ganharam mais detalhes, melhor coesão, melhora na ortografia. Eles também estabeleceram relações entre os livros lidos (todos do Romantismo) e o momento atual, para expressar o pensamento de hoje por meio de poesias de própria autoria.


A recompensa por muito empenho

O trabalho coordenado pela professora mineira, além de ajudar no aprendizado dos alunos da Escola Dona Sinhá Neves, também ganhou projeção e reconhecimento nacionais pelo Prêmio Microsoft Educadores Inovadores 2010, do qual saiu como grande vencedor da Categoria Inovação em Conteúdo.

Para Maria Rodarte, seu projeto foi inovador a partir do momento em que resolveu abandonar a sala de aula, o ensino tradicional com livros, a lousa e o giz. "Ganhei uma nova forma de ensinar Literatura (geralmente entediante para os alunos). E isto me permitiu alcançar a comunidade numa ideia pioneira: praças com inscrições poéticas, locais divulgando cultura para pessoas que estão na fila. Outro fator importante foram os eixos que o Romantismo do Século XXI abriu: literatura, leitura, protagonismo, voluntariado, pesquisa científica. Uma rede de conhecimentos e vivências em sintonia com a geração atual, tudo com a ajuda da tecnologia", revela orgulhosa.

Para entender mais sobre o projeto, suas etapas e características, acesse o site do Prêmio Microsoft Educadores Inovadores e baixe os materiais disponíveis.

Reportagem: Paola Peres de Oliveira
Fotos: Arquivo Pessoal

Caroline Barbosa

A comédia no romantismo brasileiro - Martins Pena



 “Tudo é parcialidade, e não só no mundo
como no céu, que é mais ainda!”
MARTINS PENA


Luís Carlos Martins Pena nasceu no Rio de Janeiro em 1815 e morreu em Lisboa em 1848.Martins Pena foi essencialmente um homem de teatro. Entretanto não descobriu a vocação imediatamente. Sem fortuna, órfão de pai e mãe aos 10 anos, e sem acesso ao grupo de intelectuais ao redor da confraria do trono, foi encaminhado para as aulas de comércio por seus tutores comerciantes. Embora tivesse terminado o curso com brilho, não sentia apelo pela profissão, e com certeza ajudado pela irmã que se casara com um alto funcionário da Alfândega, passou a estudar na Academia de Belas Artes, que ainda contava com alguns professores franceses da missão cultural. Com eles Martins Pena adquiriu conhecimentos de pintura, estatuária e arquitetura. Também estudou música e canto, por conta do bom ouvido e de sua admirada voz de tenor. Enquanto isso também estudava literatura e inglês, francês e italiano, línguas que chegou a falar fluentemente, segundo dizem.

Essa formação variada e não ortodoxa decerto facilitou-lhe o desenvolvimento do gosto artístico, aguçando o ouvido e o olhar de observador, qualidades imprescindíveis a quem alimente pretensões teatrais. "Bons olhos e bons ouvidos (ouvido do crítico de música que ele foi) eis certamente o que não faltava a Martins Pena." Acrescente-se o momento politicamente perturbado em que viveu, que deve ter contribuído para o amadurecimento da sensibilidade social, atento aos movimentos revolucionários da época.

Em Martins Pena, considerado o fundador do teatro e da comédia brasileiros, há dois aspectos fundamentais. Escrita em pleno Romantismo, sua obra escapa aos cânones do movimento, tendendo já às soluções realistas pelo empenho em retratar tipos e costumes da vida cotidiana. Por outro lado, ele foi o primeiro grande autor do país a escrever somente para o palco, quando outros viam na criação teatral uma espécie de ramo secundário da literatura mais séria. Ao fazer um humor verbal, com trocadilhos e jogos de palavras, suas peças se afastaram da tradição lusitana, valorizando o modo de falar brasileiro, adotando expressões populares e repondo-as muitas vezes em uso com nova picardia e mais força. Sempre montado e remontado com absoluto sucesso, este comediógrafo é até hoje um mestre, pela perícia ao combinar suas cenas, ao dispor seus efeitos e ao arquitetar seus diálogos. É um caricaturista em palavras, que vergasta a sociedade ao desnudar-lhe os ridículos.



Se às vezes as comédias de Pena são avaliadas como ingênuas, negligentes quanto à linguagem e ideologicamente isentas ("a verdade aqui, para não provocar indignação, carece de ser auxiliada provocando bom frouxo de riso", diz ele nos Folhetins ), por outro lado encontramos observações como a de Ruggero Jacobi e a de Sílvio Romero: "Se se perdessem todas as leis, escritos, memórias da história brasileira dos primeiros cinqüenta anos deste século XIX, que está a findar, e nos ficassem somente as comédias de Pena, era possível reconstruir por elas a fisionomia moral de toda essa época".

Não há como discordar. Aí estão, desdobrados em vários momentos, nossos vícios maiores: a política do favor como mola social, a corrupção em todos os níveis, a precariedade e atraso do aparelho judicial, a exploração exercida por estrangeiros e a má assimilação da cultura européia importada, que o inspirou a escrever irônicas paródias da ópera, como O diletante, ou dos melodramas levados à cena por João Caetano. Acrescentem-se a esse rol o contrabando de escravos, os mecanismos da contravenção, a servidão por dívida, comportamentos sexuais e familiares, etc. Esses e outros aspectos que percorriam a sociedade brasileira de alto a baixo são exibidos no palco.

Cito um trecho de Os dous ou O inglês maquinista, que estreou em 1845, sendo imediatamente censurada pela Câmara dos Deputados, porque "aparece em cena um contrabandista de africanos trazendo um debaixo de um cesto". Trata-se da cena 13, quando o Negreiro entra na sala acompanhado de um velho preto de ganho com um cesto na cabeça, "coberto com um cobertor de baeta encarnada".

Negreiro — Boas noutes.

Clemência — Oh, pois voltou? O que traz com este preto?

Negreiro— Um presente que lhe ofereço.

Clemência — Vejamos o que é.

Negreiro — Uma insignificância...Arreia, pai! (Negreiro ajuda o preto a botar o cesto no chão. Clemência, Mariquinha chegam-se para junto do cesto, de modo porém que este fica à vista dos espectadores.)

Clemência — Descubra. (Negreiro descobre o cesto e dele levanta-se um moleque de tanga e carapuça encarnada, o qual fica em pé dentro do cesto.) Ó gentes!

Negreiro — Então, hem? (Para o moleque) Quenda! Quenda! (puxa o moleque para fora.)

Clemência — Como é bonitinho!

Negreiro — Ah, ah!

Clemência — Por que o trouxe no cesto?

Negreiro — Por causa dos malsins...

Clemência — Boa lembrança. (Examinando o moleque.) Está gordinho...bons dentes...

Negreiro, à parte, para Clemência — É dos desembarcados ontem no Botafogo.

Não podemos nos esquecer que a questão do tráfico negreiro era a mais espinhosa do momento. De forma provocativa Martins Pena não só exibe todo o trâmite da contravenção, que envolvia deputados, desembargadores e ministros, como também transforma em vilões figuras respeitadas na sociedade. O inglês, não por acaso denominado Gainer, bem poderia exclamar como seu conterrâneo em As casadas solteiras: "Brasil é bom para ganhar dinheiro e ter mulher... Os lucros... cento por cento... É belo".

No entanto, a verdadeira invenção formal de Pena foi introduzir na simetria da tradição cômica (velhos versus jovens, serviçais versus amos, nacionais versus estrangeiros, etc.) uma assimetria básica: a presença dos escravos, que se deslocam no palco sem correspondência de pares. Sem voz e sem razão, trabalham sem descanso, chicoteados, empurrados, enganados, sugerindo uma outra história recalcada pela trama colorida e veloz que gira diante dos olhos do espectador.

Dentre suas obras as que mais se destacam são as seguintes:

· 0 Juiz de paz na roça

· Os Irmãos das Almas

· 0 Judas em sábado de Aleluia

· Os Dois ou 0 Inglês maquinista

· Os Namorados ou a Noite de S. João

· Os Três Médicos

· 0 Cigano

· 0 Noviço

· As Casadas Solteiras

· Quem casa, quer casa

· 0 Segredo d'Estado

· D. Leonor Telles

Segue um breve resumo de algumas de suas mais importantes obras, para despertar-lhes a curiosidade de conhecê-las na integra.

O NOVIÇO

Uma das poucas peças de Martins Pena em três atos, O noviço gira em torno da pérfida ação de Ambrósio que se casa por interesse com Florência, rica viúva, mãe da jovem Emília, do menino Juca e tutora do sobrinho Carlos, este o personagem principal da peça O vilão Ambrósio já havia convencido a mulher a colocar Carlos (o noviço) em um seminário. Agora quer também internar Emília em um convento, pois ela se encontra em idade de casar e teria de receber um dote significativo da mãe. Igual destino aguarda o menino que deve se tornar frade. Assim, Ambrósio ficaria com toda a fortuna de Florência. Carlos, no entanto, foge do convento e esconde-se na casa da tia, já que quer fazer carreira militar e, sobretudo, desposar a prima Emília, por quem está apaixonado. O acaso o ajuda na luta contra Ambrósio: vinda do Ceará, surge Rosa, a primeira mulher do vilão e da qual ele não se separara oficialmente. Rosa conta a Carlos que o seu marido desaparecera com todo o dinheiro que ela possuía. O problema imediato de Carlos, porém, é livrar-se do Mestre dos Noviços que está atrás dele para reconduzi-lo ao convento. Em cena hilariante, aproveita-se da ingenuidade da mulher e troca de roupa com ela. Esta, em seguida, é encontrada pela autoridade religiosa com a batina do rapaz. Confundida com o noviço fugido, é remetida imediatamente ao seminário. Enquanto isso, Carlos, vestido de mulher, começa a ameaçar Ambrósio com a história de sua bigamia. Após inúmeras peripécias, o vilão é desmascarado diante da própria Florência, e os jovens Carlos e Emília ficam livres para o mútuo envolvimento amoroso.
OS DOIS OU O INGLÊS MAQUINISTA

Mariquinha e seu primo Felício se amam, mas como este é pobre não há possibilidade de casamento. A moça é cortejada por outros dois homens: Negreiro, um traficante de escravos, e Gainer, um inglês espertalhão. A crítica operada contra os dois personagens – ambos desejosos de obter a fortuna pessoal da jovem mediante o casamento – parece transcender à banalidade das tramas de Martins Pena. Funciona como metáfora da própria realidade nacional, dominada no plano econômico pelos traficantes e pelo capital inglês. À chegada do pai de Mariquinha, a quem todos julgavam morto, soma-se o conflito entre o inglês e o traficante (outra metáfora da história do Brasil da época?), permitindo a revelação dos caracteres degradados dos dois pretendentes. Assim, Mariquinha e o primo Felício podem efetivar a relação amorosa, como se o brasileiro simbolicamente tomasse posse da riqueza da nação

O Juiz de Paz Na Roça

O enredo desta peça desenrola-se numa roça e retrata, de forma humorística, a simplicidade e a inocência das gentes das roças do Brasil, no século XIX. As cenas giram, sobretudo, em torno de uma família da roça - Manuel João; Maria Rosa, sua mulher; Aninha, sua filha e o negro Agostinho - e o quotidiano de um juiz de paz.
O juiz de paz, um homem corrupto, usa a autoridade e a inteligência para lidar com a absurda inocência daquela gente que lhe apresenta os casos mais cômicos e despropositados. Não intencionalmente corrupto, o escrivão é o seu servo mais próximo e é ele que dá seguimento às suas ordens, surpreendendo-se, por vezes, com algumas das suas decisões.



Martins Pena é o patrono da Cadeira n. 29 da Academia Brasileira de Letras, por escolha do fundador Artur Azevedo.



Fontes:

Marlyse Meyer. "O inglês nas comédias de Martins Pena". In: Pirineus, caiçaras... Da Commedia dell´Arte ao Bumba-meu-boi. 2a. Campinas: Editora da Unicamp, 1991, pp. 95 e ss.

Paula Beiguelman. "Análise literária e investigação sociológica". In: Viagem sentimental a D. Guidinha do Poço. São Paulo: Editora Centro Universitário, 1966.

Sílvio Romero, História da literatura brasileira. 5a. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1953, t. IV, p. 1.477.

Teatro de Martins Pena. Comédias. Dramas. 2 vols. Edição crítica de Darcy Damasceno, colaboração de Maria Filgueiras. Rio de Janeiro: Edições de Ouro, 1956, p. 436, vol. 1.

V. Arêas, "No espelho do palco". In: R. Schwarz (org.). Os pobres na literatura brasileira. São Paulo: Brasiliense, 1983, pp .26-30

www.mundocultural.com.br


José Vilson

domingo, 20 de maio de 2012

Opinião de Peso: A Morte na "Literatura de Vampiros"

Além de incentivarmos nossos alunos ao consumo da literatura e de todos os recursos existentes para usufruirmos deste mundo fabulosamente mágico, é importante para nós professores, discussões quanto aquilo que a mídia "vende" como literatura para os jovens e adolescentes.  Abaixo, veremos um artigo publicado no site InfoEscola (http://www.infoescola.com/literatura/) que aborda a evolução dos "vampiros", tão famosos pelo atual meio teen



A Morte na Literatura de Vampiros                                                       
Texto de Ana Lucia Santana

À primeira vista parece surpreendente que a recente onda de vampiros na literatura faça tanto sucesso e conquiste um número cada vez maior de adeptos. Algo que chama a atenção, porém, nesta leitura, é a questão da presença consistente do que se entende por sobrenatural.

O mundo contemporâneo avançou, sem dúvida, no campo das descobertas científicas, do avanço tecnológico, das explicações racionais, da sociedade esclarecida e asséptica; o Homem parece caminhar na direção de um universo semelhante ao previsto pelo escritor Aldous Huxley, em sua obra Admirável Mundo Novo, no qual não há mais lugar para a dor, o sofrimento e a morte, sanados e exilados da vida humana através de pílulas desenvolvidas para esse fim.

Deste cosmos humano foi expulso também o encantamento, mas não sem um alto preço a se pagar por esta exclusão. Todas as eras e civilizações conviveram sem problemas com mitos, lendas, histórias e ‘causos folclóricos’; pode-se dizer que nossa era é uma exceção a esta regra implícita. Isto, sem dúvida, abala o emocional do ser humano, pois um elemento fundamental de sua psique está sendo extirpado gradualmente, com a ajuda do entorpecimento provocado pelo consumismo desenfreado.

Porém, nenhuma conquista tecnológica substitui o encanto mítico, a presença de uma esfera que transcende a realidade e ajuda o Homem a trabalhar suas emoções e, principalmente, suas perdas. Vivemos em uma sociedade que tenta, a todo custo, eliminar até mesmo a presença da morte, inevitável na jornada humana, e passa a acreditar que é indestrutível, eterna e imortal, ignorando inclusive a própria História – testemunha de impérios e civilizações que desmoronaram e jazem sepultadas há milênios, vítimas da passagem implacável do tempo.

Mas o ser humano necessita de uma dose de fantasia na sua existência, como defende, entre outros, o Professor Antonio Cândido. Daí o inegável sucesso das novelas e tramas cinematográficas, assim como da literatura. Por esta razão, talvez não seja tão assombroso o impacto provocado pela saga Crepúsculo, de Stephenie Meyer, e de outra série que consta nas listas dos mais vendidos, A Morada da Noite, de P. C. Cast e Kristin Cast, entre outras obras que têm como protagonistas os ancestrais vampiros.

Embora ela encontre adeptos em todas as faixas etárias e gêneros, é inegável que a maior parte dos leitores é composta por adolescentes. Este público é o que se encontra mais imune à alienação desencadeada pelos mecanismos que regem a era pós-moderna e, portanto, o mais acessível às questões existenciais, tão bem trabalhadas por estas autoras em seus livros.

Temas como a vida humana, o seu valor, a eternidade, a existência em um outro plano, e a morte, vista principalmente como um fator de transformação, não de finitude, são discutidos amplamente nestas obras. É curioso perceber que nem mesmo o vampiro é visto como um ser indestrutível e imortal nesta literatura; apesar de, em famílias adeptas de um vampirismo mais ‘clean’, ou seja, vegetariano, como na série Crepúsculo, eles viverem até mesmo por centenas de anos, esta entidade sobrenatural jamais é descrita como um ser destinado à eternidade.

Se até mesmo um vampiro, como Edward, de Crepúsculo, se preocupa com o destino de sua alma, acreditando que está condenado por ter se transformado nesta criatura, o que há de errado com o ser humano, que, em muitos casos, nem mesmo acredita que em seu interior habita uma essência semelhante a esta? É uma das questões que o adolescente pode, mesmo inconscientemente, despertar em sua mente.

E quanto à morte, tão presente nestes livros, principalmente em A Breve Segunda Vida de Bree Tanner, de Meyer, e nos volumes que compõem a Morada da Noite? Nesta série esta imagem é onipresente, pois nem todos os novatos marcados pela deusa Nyx para serem futuros vampiros, passarão realmente pela transformação. Alguns deles não conseguem atravessar este limiar; mas, curioso, há vários tipos de morte, e nem todos os aspirantes a vamps morrem de verdade, e sim passam a viver em uma espécie de limbo, ou de semivida.

Na saga Morada da Noite os vampiros, ou seja, os que concretizaram a passagem, também não são definidos como seres imortais; alguns podem viver centenas de anos, outros encontram o fim da existência de forma precoce e violenta. Aqui, mais do que nos outros livros, é frisada a importância do livre-arbítrio concedido a cada ser, a escolha que pode determinar a luz ou as sombras, a redenção ou a destruição.

Questões como estas, e tantas outras presentes na literatura de vampiros, preenchem, pelo menos parcialmente, a carência do ser humano, que desconhece, hoje, o significado da vida e da morte, as implicações das decisões adotadas por cada um, os valores morais, a importância dos mitos e do sobrenatural na compreensão da própria trajetória humana.

É preciso, porém, um trabalho mais profundo em torno destes temas, por meio de educadores e outros pensadores, em um esforço interdisciplinar e inter-religioso, no sentido de orientar os leitores destes livros na compreensão do potencial oculto nas suas entrelinhas, com o objetivo de resgatar o encantamento de outras eras e a própria imagem da morte, em sua antiga face de fenômeno natural. Talvez, assim, o Homem consiga eliminar um mal maior, a violência, comum, principalmente, entre esses mesmos adolescentes.


Fontes:
Candido, Antonio. O direito à literatura, in Vários Escritos, Editora Duas Cidades, São Paulo, 1995.
Meyer, Stephenie. Crepúsculo. Editora Intrínseca, 2008, Rio de Janeiro, 416 pp.
Meyer, Stephenie. Lua Nova. Editora Intrínseca, 2009, Rio de Janeiro, 432 pp.
Meyer, Stephenie. Eclipse. Editora Intrínseca, 2009, Rio de Janeiro, 446 pp.
Meyer, Stephenie. Amanhecer. Editora Intrínseca, Rio de Janeiro, 2009.
Stephenie Meyer. A Breve Segunda Vida de Bree Tanner – uma história de eclipse. Editora Intrínseca, Rio de Janeiro, 2010, 191 pp.
P.C. Cast e Kristin Cast. Marcada. Livro 1. Editora Novo Século, São Paulo, 2009. 328 pp.
P.C. Cast e Kristin Cast. Traída. Livro 2. Editora Novo Século, São Paulo, 2009. 344 pp.
P.C. Cast e Kristin Cast. Escolhida. Livro 3. Editora Novo Século, São Paulo, 2009. 295 pp.
P.C. Cast e Kristin Cast. Indomada. Livro 4. Editora Novo Século, São Paulo, 2010. 367 pp.
P.C. Cast e Kristin Cast. Caçada. Livro 5. Editora Novo Século, São Paulo, 2010. 397 pp.
P.C. Cast e Kristin Cast. Tentada. Livro 6. Editora Novo Século, São Paulo, 2010. 383 pp.



Extraído de: http://www.infoescola.com/literatura/a-morte-na-literatura-de-vampiros/


por Alexandre Silva.

sábado, 19 de maio de 2012

A "Exótica" música Romântica e os Meios Artísticos para o Ensino Literário

Olá amigos,

Venho hoje trazer uma das milhões de manifestações literárias diferentes e "exóticas" existentes no You Tube e que nós professores podemos utilizar para nos aproximar de nossos alunos, os incentivando a apreciar a literatura, de uma forma mais liberta dos formatos convencionais (assim como a postagem sobre o filme "O Corvo", postado recentemente pela nossa equipe.

Tratando-se especialmente do movimento romântico, iniciado no século XVIII, encontramos on line materiais artísticos como encenações teatrais de contos literários históricos, narrações, filmes, video-aulas... Enfim, todo um acervo de coisas que pode ajudar a todos.

Neste post, mostraremos uma manifestação literária de natureza musical, mais especificamente do cenário musical Heavy Metal, que costuma cativar uma grande parte dos jovens e adultos em todo o mundo. Essa música, que é de um grupo norueguês chamado Arcturus, interpreta o poema "Alone", do escritor americano Edgar Allan Poe, de 1829 (poema este que foi publicado tempos após seu falecimento, sendo nunca publicado por Poe). A melodia desta canção é bem distinta daquelas que normalmente são adoradas pela maioria do grupo acadêmico, pois a atmosfera musical é bem melancólica e depressiva, peculiares da cena Black Metal (sub-gênero dentro do Heavy Metal) norueguesa, criada na década de 1980. Todavia, essa melancolia "cai como uma luva" para ilustrar os sentimentos de Edgar A. Poe, considerado um dos expoentes da Literatura de Ficção Científica, juntamente com o também escritor francês Jules Verne.

"Alone" fala da insegurança de se sentir "só", dos medos e confusões mentais, além de suas paixões dentro de seu estado solitário e sem amparo (típicos do Ultra-Romantismo de meados de 1850).

Desta forma, é possível oferecer um conteúdo atual e diferente para o aluno, que terá vontade própria em conhecer outras maneiras de "ler" Literatura, encontrando aquela que melhor lhe agrada (afinal, a Literatura é a arte do sentir, dos sentimentos). Obviamente, não é necessário utilizar do mesmo gênero musical para apresentar Literatura aos seus discentes, mas a arte (cinema, música, teatro, etc.) tem o dom de simplificar e fantasiar qualquer contexto apresentado, por ser comum a todos. E o aluno tem acesso a tudo isso, através do youtube, em sua casa! :D

Segue letra da música (poema) em inglês, juntamente com sua tradução.

Alone
Edgar Allan Poe

From childhood's hour I have not been
As others were; I have not seen
As others saw; I could not bring
My passions from a common spring.
From the same source I have not taken
My sorrow; I could not awaken
My heart to joy at the same tone;
And all I loved, I loved alone.
Then- in my childhood, in the dawn
Of a most stormy life - was drawn
From every depth of good and ill
The mystery which binds me still:
From the torrent, or the fountain,
From the red cliff of the mountain,
From the sun that round me rolled
In its autumn tint of gold,
From the lightning in the sky
As it passed me flying by,
From the thunder and the storm,
And the cloud that took the form
(When the rest of Heaven was blue)
Of a demon in my view.


Alone / Só
Traduzido por Leonardo de Magalhaens

Desde a infância eu tenho sido
Diferente d'outros – tenho visto
D'outro modo – minhas paixões
Tinham uma outra fonte e
Minhas mágoas outra origem -
No mesmo tom não despertava
O meu coração para a alegria -
O que amei – eu amei só.
Então – na infância – a aurora
Da vida atormentada – estava
Em cada nicho de bem e mal
O mistério que me prendia -
Da correnteza, da fonte -
Da escarpas rubras do monte -
Do sol que me rodeava
Em pleno outono dourado -
Do relâmpago nos céus
Quando sobre mim passava -
Do trovão, da tormenta -
E a nuvem tem a forma
(Quando o resto do céu é azul)
D'um demônio aos meus olhos.

Tradução: http://leoleituraescrita.blogspot.com.br/2010/12/edgar-allan-poe-alone-so.html



por Alexandre Silva.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

O Ultra-Romantismo do poema `` O Corvo´´ e a sua influência no cinema

                                         ``De repente, eu ouvi um barulho
                                         Como se alguém arranhasse a minha porta``
 
O Corvo                                                                                    
Edgar Allan Poe                                                          

( Tradução de Fernando Pessoa)                                           

Numa meia-noite agreste, quando eu lia, lento e triste
Vagos, curiosos tomos de ciências ancestrais,
 E já quase adormecia, ouvi o que parecia
 O som de alguém que batia levemente a meus umbrais.
  "Uma visita", eu me disse, "está batendo a meus umbrais.
 É só isto, e nada mais."  (...)
Ah, que bem disso me lembro! Era no frio dezembro,
E o fogo, morrendo negro, urdia sombras desiguais.
Como eu qu'ria a madrugada, toda a noite aos livros dada
P'ra esquecer (em vão!) a amada, hoje entre hostes celestiais -
Essa cujo nome sabem as hostes celestiais,
Mas sem nome aqui jamais! (...)

                             
 Abri então a vidraça, e eis que, com muita negaça,
Entrou grave e nobre um corvo dos bons tempos ancestrais.
Não fez nenhum cumprimento, não parou nem um momento,
Mas com ar solene e lento pousou sobre os meus umbrais,
Num alvo busto de Atena que há por sobre meus umbrais,

Foi, pousou, e nada mais. (...)
"Profeta", disse eu, "profeta - ou demônio ou ave preta!
Pelo Deus ante quem ambos somos fracos e mortais.
Dize a esta alma entristecida se no Éden de outra vida
Verá essa hoje perdida entre hostes celestiais,
Essa cujo nome sabem as hostes celestiais!" (...)

E o corvo, na noite infinda, está ainda, está ainda
No alvo busto de Atena que há por sobre os meus umbrais.
Seu olhar tem a medonha cor de um demônio que sonha,
E a luz lança-lhe a tristonha sombra no chão há mais e mais,
Libertar-se-á... nunca mais!
 

    Na cena em que o personagem Eric Draven entra na loja do Gideon, ele menciona o trecho que está em cima do vídeo, que pertence ao poema ``O Corvo`` de Egdar Allan Poe, obra que inspirou a composição do filme.
    No filme, Eric volta a terra um ano depois que ele e sua noiva Shelley foram brutalmente assassinados por uma gangue da cidade. Quando surge, ele  é guiado por um corvo, vaga pelas ruas em busca de vingança, finalizando com o assassinato de toda a gangue, para que ele descansasse em paz. No filme, pode-se  observar as características do Romantismo, como a morte, o amor erótico entre Eric e Shelley, o subjetivismo pelas lembranças que ele tem do seu noivado, Shelley é idealizada tanto em vida quanto na morte, o sofrimento que ele passa por todo o filme, causado pelas lembranças e pela trajetória da vingança. Além disso, o filme contém muito elementos góticos, seja pela chuva quase incessante, catedrais góticas, pela atmosfera sombria, além da cidade viver em caos, ainda mais no dia do demônio, quando acontecem os incêndios e ao céu rajado de vermelho.
    Já a poesia também é ambientada nas trevas, influenciando o clima que ela proporciona.A personagem do poema é triste e ela quase dormia de tanto ler - recurso que ele utilizava como refúgio da dor que era causada pela perca de sua amada Leonore - até que alguém bateu em sua porta, ele abriu. Já com remorso e ainda angustiado pela morte da amada, gritou o nome dela, porém, não tendo visto ninguém,  fecha a porta . Ele escuta um barulho na janela e abre-a.  Um corvo entra e pousa no busto de Atena. Ele pergunta o seu nome e ela diz nunca mais. Ele sentou-se de frente a ela e amaldiçoa o pássaro,  para que saísse de sua casa porque  a ave representava o choque da morte sobre ele,  mas esta nunca mais saiu do busto, cravando o sofrimento da personagem para sempre.

Nevermore!

por Beatriz Kurashima

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Romantismo no You Tube: os vestibulandos agradecem!

Olá queridos!

Como visto na última postagem do blog, o You Tube pode ser uma ótima ferramenta de auxílio na hora do ensino. O site já apresenta vários vídeos feitos por professores e esses vídeos são, em sua maioria, direcionados aos vestibulandos.
Navegando por lá, encontrei esse vídeo que me agradou muito. O professor não se aprofunda no assunto, mas repassa aos alunos informações suficientes para se ter uma ideia do que é o Romantismo.

Clique aqui para assistir.

Há duas características desse vídeo que gostaria de sobressaltar:


  • O professor não explica tudo sobre Romantismo. Pelo contrário, ele apenas faz uma rápida passagem sobre as características do Romantismo em Portugal e no Brasil, depois complementando com algumas comparações entre o movimento nos dois países. Isso estimula a curiosidade de quem assiste, levando, possivelmente, a pesquisar mais sobre o assunto.

  • O vídeo é de curta duração e isso é ótimo! Os adolescentes não têm paciência para longas explicações, e se a breve explicação despertar a curiosidade no aluno, ele irá buscar por mais informações, como foi anteriormente falado.


Espero que vocês tenham curtido a ideia e fica a dica para os professores!


Caroline Barbosa

terça-feira, 3 de abril de 2012

8 razões para usar o You Tube


Prender a atenção dos estudantes, que estão cada vez mais conectados, não tem sido uma tarefa fácil para os educadores. O problema se torna cada vez maior conforme os alunos ficam mais velhos. Nas salas de aula do Ensino Médio, é muito comum os professores disputarem a atenção dos estudantes com aparelhos eletrônicos, celulares ou smartphones. Por isso, o momento é propício para tornar a tecnologia - e a sua turma - uma aliada em sala de aula. "O uso de recursos tecnológicos que estão presentes no dia a dia dos alunos pode ajudar a aproximá-los dos temas tratados em sala, além de servir como estímulo para o estudo", afirma Marly Navas Soriano, professora de Informática Educativa da EMEF Cleómenes Campos, em São Paulo.
Youtube para professores
Para encorajá-lo a usar o Youtube em sala, listamos oito bons motivos para incluir a rede social no seu planejamento e na sua rotina profissional:
1- Oferecer conteúdos que sirvam como recursos didáticos para as discussões em aula
Incentive os estudantes a participar das aulas compartilhando com eles vídeos que serão relevantes para o contexto escolar. Desde que bem selecionados, os conteúdos audiovisuais podem mostrar diferentes pontos de vista sobre um determinado assunto, fomentando os debates e discussões em sala.
2- Armazenar todos os vídeos que você precisa em um só lugar
Se você ainda não é um usuário do Youtube, basta criar uma conta na rede (gratuitamente) para ter acesso às listas de reprodução (playlists). Elas permitem que você organize seus vídeos favoritos em sequência. Um usuário não precisa selecionar apenas vídeos publicados por ele, ou seja, a playlist de um professor pode conter vídeos publicados por outros membros do Youtube. Outra vantagem de organizar os vídeos em listas é que quando um vídeo termina, o próximo começa sem que sejam oferecidos outros vídeos relacionados, mas que não interessam ao seu propósito didático naquele momento. Ao selecionar o material que será visto pelos alunos, você pode garantir que o conteúdo hospedado em seu canal seja confiável, pois ele passou pela sua curadoria.
Consulte dois tutoriais breves, desenvolvidos pelos profissionais do Youtube, sobre como criar uma lista de reprodução e como organizar seus vídeos.
3- Montar um acervo virtual de seus trabalhos em vídeo
Com uma câmera fotográfica, um celular ou uma câmera de vídeo simples, você pode capturar e salvar projetos e discussões feitas em sala de aula com seus alunos. Com esses registros da prática pedagógica você terá em mãos (e na rede) um material rico, que pode servir como base para uma análise crítica de seu trabalho e dos trabalhos apresentados por seus alunos. Os registros ainda viram material de referência para toda a comunidade escolar, pois qualquer vídeo armazenado no Youtube pode ser facilmente compartilhado entre os alunos e professores da escola e fora dela.
Aqui, um tutorial desenvolvido pelos profissionais do Youtube sobre como compartilhar uma lista de reprodução.
4- Permitir que estudantes explorem assuntos de interesse com maior profundidade
Ao criar listas de reprodução específicas para os principais assuntos abordados em sala, você cumpre o papel do mediador e oferece aos alunos a oportunidade de aprofundar os conhecimentos a respeito dos temas trabalhados nas aulas. Ao organizar playlists com vídeos confiáveis e relevantes, você permite que os estudantes tenham contato com os conteúdos que interessam a eles, sem que eles percam muito tempo na busca e na seleção de informações.
Como tornar a lista de reprodução privada?
5- Ajudar estudantes com dificuldades
Você pode criar uma lista de reprodução com vídeos de exercícios para que os alunos resolvam no contraturno escolar. Esse material serve como complemento para os conteúdos vistos em sala e os estudantes podem aproveitá-lo para fazer uma revisão em casa dos assuntos vistos na escola.
6 - Elaborar uma apresentação de slides narrada para ser usada em sala
Você pode usar o canal de vídeo para contar uma história aos alunos e oferecer a eles um material de apoio que possa ser consultado posteriormente. Produza uma apresentação de slides narrada, com imagens que ilustrem o tema abordado e passe o vídeo em sala de aula.
Aqui, um tutorial desenvolvido pelos profissionais do Youtube sobre como editar vídeos na página de exibição de vídeos.
7 - Incentivar os alunos a produzir e compartilhar conteúdo
Lembre-se: seus alunos já nasceram em meio à tecnologia. Por isso, aproveite o que eles já sabem e proponha que usem câmeras digitais ou smartphones para filmar as experiências feitas no laboratório de Ciências, para que desenvolvam projetos - como a gravação de um "telejornal" nas aulas de Língua Portuguesa, por exemplo - ou nas apresentações de seminários. O conteúdo produzido pelos estudantes também pode ser disponibilizado na rede - desde que os pais sejam comunicados previamente para autorizar a exibição de imagem dos filhos na rede. Tal ação pode incentivar os estudantes a participar de forma mais ativa das aulas.
8 - Permitir que os alunos deixem suas dúvidas registradas
Você pode combinar com seus alunos para que eles exponham as dúvidas no espaço de comentários do canal, logo abaixo dos vídeos. Assim, é possível criar ou postar novos vídeos sobre os assuntos sobre os quais os estudantes ainda têm dúvidas.
(Fonte: Youtube para professores)
(Fonte: Revista Nova Escola)

Ruth Faraga